sexta-feira, 25 de junho de 2010

momento final


Naquele momento, ali estavas tu… parado, estático… fixando-me intensamente. Estávamos num sitio cheio de gente, porém tu ignoravas tudo e todos, concentravas-te apenas em mim… Num instante o meu coração começou a bater descompassadamente, as minhas pernas começaram a fraquejar, sentia-me prestes a cair redonda no meio do chão, pestanejo e sinto água nos meus olhos. Não, eu não podia fraquejar ali! Davas passos cada vez mais longos, porque estavas tu com pressa de chegar a mim? Deves ter ficado o dia inteiro a fixar-me, pois quando eu olhei para o céu, ele já estava escuro demonstrando a beleza das suas estrelas a cintilarem, servindo como musas de muitos… A multidão que momentos antes nos absorvia, não existia mais, desaparecera… Encontrávamo-nos ali, parados no tempo. Não pronunciaras uma palavra até então. Eu tinha ousadia, mas não a suficiente que me ajudasse a acabar com aquele silêncio, porém, a medo disse: “Vai embora! Ouvis-te? Vai-te embora…”. Continuaste a olhar-me, como se eu não tivesse dito nada, a tua mão elevou-se, deslizou pela minha face, desceu até à minha cintura, fazendo-me estremecer e despertando em mim uma sensação quente, seguidamente puxaste-me para ti: “Não fales”, sussurraste-me ao ouvido, eu limitei-me a assentir com a cabeça. Disseste tudo o que eu queria ouvir. Eu amava-te, mas odiava-te ao mesmo tempo. Odiava a influência que tinhas sobre mim, odiava que despertasses sensações que me eram desconhecidas e que eu não sabia controlar… Odiava que tu soubesses disso, eu, enfim, a culpa também foi minha portanto… Ali agarrada a ti. Com a cara no teu peito, com os teus braços a protegerem o meu corpo frágil, com a tua respiração a embater contra o meu cabelo, arrepiando todo o meu corpo, eu sonhava e pedia-te em pensamento para que aquele momento nunca acabasse. Levantaste a minha cara, olhaste para mim de uma maneira que me arrebatou completamente deixando-me fragilizada, aproximaste os teus lábios aos meus, ainda a olhar-me nos olhos, tomaste os meus lábios com os teus. Tentei resistir, como pude eu pensar que te conseguia resistir? Eu não conseguia, porque não era o que queria… Eu não queria ter perdido aquele beijo, aquele último teu beijo! Um dia serei capaz, sei que sim… Ainda abraçada a ti, começo a chorar como uma criança. Dou por mim a apertar-te com todas as minhas forças, aquela seria a última vez em que eu te tocava… Desprendi-me de ti e beijei-te como alguém beija o céu. Fixei o meu olhar choroso no teu, esse olhar inocente, esse olhar cor de esperança e disse: “Adeus, adeus para sempre. Cuida de ti, ouviste?! Nunca te esqueças que um dia me quiseste, nunca te esqueças de mim…”. As lágrimas apoderaram-se de mim e caíram-me pela cara, corri para bem longe de ti, sem nunca olhar para trás. Como me doeu, deixar-te naquele momento, quando tudo o que eu queria, quando tudo o que eu mais queria era ficar contigo… Caminhei sem rumo, acompanhada pela chuva que me acalmou… Ao longe vi-te, pensei em voltar para trás, porém segui o meu caminho e passei mesmo junto a ti… como se não te conhecesse, como se não fosses tu o que és, como se tu não fosses o amor da minha vida…

quinta-feira, 24 de junho de 2010

diálogo imaginário


Alguém: Vou-me embora, não desistas de mim [...]



Ela: Jamais, mas agora vou seguir a minha vida, sozinha, sem ti, sem ninguém, apenas comigo e com a paz e liberdade que reinam dentro de mim, lembrar-me-ei sempre de ti, mas agora há alguém...



Alguém: Não pode ser e, então eu ?




Ela: Tu és tu e serás sempre tu, agora eu mudei o meu eu e tu já não fazes parte do meu eu, não perguntes nada, é complicado eu sei. ESQUECE APENAS ...

sem sentido


Os teus olhos atraem-me, a tua boca chama pela minha, o teu corpo anseia o meu ... Diz-me, como hei-de parar de te querer? Como hei-de parar de pensar em ti? Como hei-de simplesmente para? [...] Já tentei tudo e não me foi permitido apagar-te da minha vida, era tudo tão mais fácil se eu não soubesse quem tu és, se eu já não tivesse provado um pouco de ti ao deixar-me cair na tentação de saborear os teus lábios e de ainda tremer ao lembrar-me de como eles se movem e de como são suaves e astutos, na tentação também de ponderar a hipótese de me perder no teu corpo entregando-me a ele, tal e qual puros animais ansiosos de matar um desejo que não pára de aumentar, descontrolando-os ainda mais, esse corpo capaz de fazer enlouquecer qualquer uma ... O que é que tu tens que me impede de tudo ? Umas vezes gosto de ti, outras odeio-te, enfim[...]
Ainda sonho contigo, ainda penso em ti, ainda me perco em ti, ainda estou presa a ti, ainda te desejo, desculpa sim? Desculpa por tu saberes de tudo e por eu estar sempre a dizer a mesma coisa, desculpa por ser tão chata, desculpa por eu ser assim :$ Promete-me que um dia me darás outra vez a oportunidade de te ter, mais uma vez, apenas uma única vez ... A derradeira vez, aquela vez que eu quero ter para recordar para sempre ... Nem que não seja o que queres, nem que isto que eu estou a dizer seja algo completamente descabido, faz-me feliz nem que tenhas de me mentir, de me enganar e até iludir... Deixa-me ter aquele pensamento de ilusão, aquele cantinho de refugio, aquele desejo secreto, aquele cantinho dentro de mim que é teu [...]

quarta-feira, 23 de junho de 2010

mera ilusão


Os nossos lábios assemelhavam-se a água e fogo. A minha pele demonstrava a fraqueza que os teus lábios me faziam sentir, estava ali a entregar-me a ti com toda a minha inocência, com toda a minha ilusão, com todo o meu amor... Nunca ousara provocar um homem, mas tu não eras um homem , eras o homem que eu queria, o homem que eu amava, o homem que eu escolhi. Contigo me soltei, transformando-me em algo impensável mas era eu que te estava ali a amar e a descontrolar. Eu queria apenas unir-me a ti para fortalecer o nosso amor e eu sentia que tu querias o mesmo que eu, mas quando te levantaste e foste embora, pela mesma porta onde entraste jurando-me amor, eu percebi que a magia que tinha acontecido ali tinha sido uma mera ilusão...

"Impossível de substituir"


Diz-me meu pecado porque sinto eu que tu , um dia acordarás e,perceberás que é a mim que queres na tua vida?
Vou-me arriscar a continuar a esperaar por ti, no fundo da minha inocência eu não te amo eu não gosto de ti, eu simplesmente não sobreviveria sem ti .. sem o teu sorriso, o teu olhar , a tua respiração
Demónios e deuses enraivecidos levem-me o ar mas não me tirem o teu sorriso , senão eu morro, eu perco a minha vida, eu extinguir-me-ei de vez, de vez para sempre
Podem tirar-me a água, a comida , podem levar o mundo, porém, se te tiver sobreviverei e viverei para toda a eternidade..
Quando um estranho me perguntar como me chamo, eu vou relembrar o teu jeito de menino indecente. Aquele jeito que eu conheci , que amei e pelo qual eu vivo.
Vou pensar que também tu já me perguntaste como me chamo, já tu me chamaste de amor , já tu me desejaste
e se por ventura, esse estranho me beijar eu irei imaginar que são os teus lábios cor de paixão que estão a fazer-me delirar e suspirar de amor e desejo $:
Quando acabar com aquele beijo, olharei o estranho nos olhos e tentarei procurar neles o teu brilho que eu tanto amo.. Procurarei em meu corpo marcas que costumavas deixar.. procurarei e procurarei ..
chegarei a um ponto em que me irei cansar de procurar e chorarei de dor , pois a minha busca foi em vão .. a minha busca por ti foi em vão ..